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Caso Paulo Guilherme: populares pegam homem que colocou menino em mala

O clima em Belém amanheceu pesado nesta segunda-feira, 27 de outubro. O caso que já havia chocado a capital paraense ganhou contornos ainda mais trágicos com a confirmação da morte do principal suspeito de assassinar o pequeno Paulo Guilherme Guerra, de apenas seis anos. O homem, um catador de recicláveis conhecido na região da Marambaia, foi linchado por moradores poucas horas após o corpo da criança ser encontrado dentro de uma mala — uma cena que ninguém na vizinhança vai esquecer tão cedo.

De acordo com informações da Polícia Civil, o suspeito foi encontrado sem vida na mesma rua onde morava, próximo ao local onde o corpo de Paulo foi descoberto. Os investigadores ainda tentam entender as circunstâncias da morte, mas os relatos de vizinhos apontam para um ato de justiça popular. “A revolta foi grande, ninguém conseguiu se segurar”, contou uma moradora que preferiu não se identificar.

O crime abalou não só a comunidade, mas também toda a cidade. Paulo Guilherme havia desaparecido na noite de domingo, e familiares e vizinhos passaram horas à procura do menino. O desfecho, no entanto, foi devastador. A criança foi encontrada dentro de uma mala abandonada em uma área de mato, o que gerou uma onda de indignação e tristeza.

A confirmação de que o catador seria o principal suspeito acendeu o pavio da revolta. Moradores, tomados pela emoção e pela raiva, o teriam agredido até a morte. Segundo testemunhas, o homem ainda tentou se refugiar em uma casa próxima, mas foi alcançado pela multidão. Quando a polícia chegou, ele já estava sem vida.

Agora, as autoridades enfrentam duas investigações paralelas: a primeira, para esclarecer quem tirou a vida de Paulo Guilherme; a segunda, para identificar os envolvidos no linchamento do suspeito. A delegada responsável pelo caso afirmou em entrevista que “a dor e a revolta são compreensíveis, mas ninguém tem o direito de fazer justiça com as próprias mãos”.

A tragédia abriu uma ferida profunda na comunidade da Marambaia. Muitos moradores relatam medo e culpa pelo rumo que os acontecimentos tomaram. Outros defendem que o linchamento foi a reação de um povo cansado da violência e da impunidade. “Aqui ninguém aguenta mais ver criança morrendo, gente sofrendo e nada sendo feito”, desabafou um morador local, visivelmente abalado.

Enquanto isso, parentes de Paulo Guilherme ainda tentam lidar com a perda. A mãe do menino, em estado de choque, mal consegue falar com a imprensa. A família pede orações e justiça verdadeira, sem mais mortes ou violência.

A cidade de Belém segue em luto. O caso, que tomou conta das redes sociais e gerou manifestações nas ruas, levanta novamente o debate sobre segurança pública, impunidade e justiça popular. Especialistas alertam que o descontrole das emoções pode transformar vítimas em agressores e aprofundar o ciclo de violência.

Hoje, o bairro da Marambaia amanheceu silencioso. Nas calçadas, o eco do ocorrido ainda paira no ar. Duas vidas perdidas, uma comunidade em choque e uma pergunta que ninguém consegue responder: como algo tão cruel pôde acontecer com um menino de apenas seis anos — e como a dor se transformou em mais tragédia?