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Confirmado: aliados dão triste notícia sobre Bolsonaro

A COP30, realizada em Belém do Pará, foi palco de um incidente que abalou a imagem de tranquilidade que o governo brasileiro buscava projetar. Na noite de 11 de novembro de 2025, um grupo de manifestantes, composto por indígenas, ativistas ambientais e membros de movimentos de esquerda, tentou invadir a Zona Azul, área restrita às negociações oficiais da ONU. O que começou como uma marcha pacífica pela saúde e pelo clima rapidamente escalou para confrontos físicos, com quebra de barreiras, empurrões e o uso de objetos como bastões e arcos e flechas contra seguranças da conferência.

O tumulto durou poucos minutos, mas foi suficiente para interromper as atividades no pavilhão de credenciamento. Seguranças da ONU formaram uma barreira humana, improvisaram barricadas com mesas e conseguiram conter o avanço. Pelo menos um segurança ficou ferido com cortes, e a área precisou ser temporariamente isolada. Participantes credenciados foram evacuados, e eventos programados para o fim do dia foram cancelados. A segurança foi reforçada com apoio de forças estaduais e bombeiros, mas nenhuma prisão foi registrada no local.

Entre os manifestantes, destacavam-se indígenas Tupinambás e ativistas ligados ao PSOL, que carregavam faixas contra a exploração de petróleo na margem equatorial e gritavam palavras de ordem diretamente contra o governo Lula. “Governo Lula, que papelão, destrói o clima com essa perfuração”, ecoava entre os presentes. A crítica central era a contradição entre o discurso climático do presidente e a autorização para perfuração na foz do Amazonas, vista como uma traição à agenda ambiental que o Brasil defende internacionalmente.

Embora a marcha tenha sido organizada por entidades da sociedade civil com foco em saúde pública e justiça climática, os organizadores emitiram nota oficial se desassociando do ato de violência. Afirmaram que o incidente “não faz parte do evento” e reafirmaram o compromisso com uma Amazônia viva e sustentável. A distinção foi importante: a maior parte dos 3 mil participantes manteve o protesto pacífico, mas um pequeno grupo radicalizou, criando um racha interno entre os próprios movimentos sociais.

Para o governo Lula, o episódio é um constrangimento político de grande porte. O presidente, que aposta na COP30 como vitrine global de sua gestão ambiental, viu o evento ser interrompido por críticas vindas justamente da esquerda e de povos indígenas — aliados históricos do PT. A presença de Lula em Belém no momento do incidente ampliou o impacto simbólico: o líder que se apresenta como defensor do clima foi confrontado em seu próprio território por quem cobra coerência entre discurso e prática.

A mídia nacional e internacional não poupou críticas. Veículos como Folha de S.Paulo, O Globo e Estadão destacaram o “caos” e o “xeque” à credibilidade da conferência. No exterior, jornais como El Español e Público de Portugal questionaram a tese de Lula de que royalties do petróleo financiarão a transição energética — argumento refutado por estudos científicos. Nas redes sociais, o termo “Flop30” ganhou força, com vídeos do confronto viralizando e ironias sobre a incapacidade do governo de controlar até seus próprios aliados.

A COP30 segue até 21 de novembro, com debates sobre financiamento climático, justiça social e preservação de florestas tropicais. Mas o incidente do dia 11 deixou uma marca: expôs as tensões entre discurso oficial e realidade, entre inclusão democrática e controle de segurança, entre ambição global e contradições internas. Para Lula, o desafio agora é transformar o constrangimento em aprendizado — ou, pelo menos, evitar que novos episódios transformem a conferência em sinônimo de instabilidade.