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Líder dos caminhoneiros vai à Presidência da República comunicar paralisação –

Nessa terça-feira movimentou novamente os corredores da Presidência da República. Chicão Caminhoneiro, representante da União Brasileira dos Caminhoneiros, esteve hoje no Palácio do Planalto para protocolar oficialmente o documento que confirma a paralisação geral anunciada para esta quinta-feira.

A comitiva foi acompanhada pelo desembargador aposentado Sebastião Coelho — nome influente entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro — que esteve presente para oferecer respaldo jurídico ao movimento.

Chicão, figura bastante conhecida entre profissionais da estrada, afirmou que o projeto para a paralisação “não nasceu de uma única pessoa”. Segundo ele, trata-se de um esforço coletivo “feito a várias mãos”, reunindo contribuições de motoristas de todas as regiões do país. Ele descreve o movimento como formado por “guerreiros, lutadores”, destacando os desafios diários da profissão nas rodovias brasileiras.

Durante a visita, o representante reforçou que a mobilização não tem caráter político-partidário. Em um vídeo divulgado logo após entregar o protocolo, Chicão ressaltou que qualquer ato de manifestação deverá respeitar rigorosamente a legislação. Ele enfatizou que os caminhoneiros não pretendem criar bloqueios ou impedir a circulação de veículos, lembrando que o direito de ir e vir precisa ser preservado.

Sebastião Coelho, que acompanhou cada passo da entrega do documento, conversou rapidamente com jornalistas e afirmou que o objetivo é garantir segurança jurídica ao movimento. Sem entrar em detalhes, adiantou que novas informações serão divulgadas ainda nas próximas horas, aumentando a curiosidade entre motoristas e observadores políticos.

Apesar de Chicão negar motivações políticas, o contexto ao redor de Coelho adiciona outra camada à situação. Nos últimos dias, o ex-magistrado vinha usando as redes sociais para convocar cidadãos a apoiarem uma paralisação focada em um pedido de anistia para Bolsonaro, preso na sede da Polícia Federal. Em vídeos recentes que circulam no Instagram e em grupos de caminhoneiros, Coelho afirmou que essa seria “a última via possível” para pressionar o Congresso Nacional, acusando parlamentares de ignorarem demandas populares.

Coelho defende uma anistia ampla, incluindo investigados e condenados pelos eventos de oito de janeiro, além do próprio ex-presidente. Nos vídeos, ele descreve orientações didáticas sobre como a mobilização deveria ocorrer, sempre frisando que não haveria bloqueios ou ações contrárias à lei.

A pauta dos caminhoneiros, porém, vai além disso. Muitos ainda lembram a greve histórica de 2018, quando sucessivos reajustes no preço do diesel esgotaram a paciência da categoria. O movimento daquele ano durou dez dias, gerou desabastecimento, filas e prejuízos bilionários ao país — e só terminou após o então presidente Michel Temer aceitar parte das reivindicações.

Com o anúncio da nova paralisação marcada para esta semana, o clima agora é de expectativa. Nos grupos de conversa da categoria, o tema domina as mensagens — mas circula também um tom de cautela. Motoristas reforçam que qualquer ação precisa ser planejada com responsabilidade para evitar danos ao país e à própria categoria.

Os próximos dias serão decisivos. Brasília observa atentamente os movimentos dos caminhoneiros, e quinta-feira poderá marcar um novo capítulo na relação entre a categoria e o governo federal.