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Mulher morta pelo próprio marido na frente dos filhos teve última atitude de desespero

Caso aconteceu na noite da última segunda, dia 28 de julho

Em um país onde a cada dois minutos uma mulher é vítima de violência doméstica e quatro mulheres perdem a vida por dia por causa dessa violência, o silêncio e a falta de denúncias ainda são fatores determinantes para o desfecho de muitas histórias.

Em São Carlos (SP), o grito de socorro de Daiana da Silva Miranda Figueiredo, de 38 anos, ecoou pela vizinhança, mas não foi ouvido a tempo. A mulher foi morta pelo ex-marido na frente dos dois filhos pequenos, deixando uma comunidade inteira em choque.

Na noite da última segunda, dia 28 de julho, Daiana fez sua última tentativa de se proteger: pediu ajuda em voz alta, gritou por socorro. A diarista Maria Júlia, moradora da mesma rua, relatou ter escutado os gritos, mas não imaginou que o drama estivesse tão próximo.

Quando saiu de casa, já era tarde. O SAMU já havia sido acionado e a cena era devastadora: Daiana estava sem vida, com ferimentos na cabeça, enquanto os filhos corriam, em pânico, para buscar ajuda. Veja relato da vizinha:

Veja o vídeo

O autor do crime, Fábio Dias de Figueiredo, de 41 anos, foi preso após resistir à abordagem policial, empunhando facas e com sinais visíveis de descontrole. Segundo a polícia, foi necessário o uso de força física e arma de choque para contê-lo.

O caso foi registrado como feminicídio e violência doméstica. A delegada Denise Gobbi informou que Daiana nunca registrou nenhuma ocorrência contra o agressor, nem possuía medida protetiva.

Esse silêncio, comum em muitas vítimas, mostra como o medo e o ciclo de violência dificultam a denúncia e, por consequência, a prevenção de mortes. O corpo de Daiana foi velado e sepultado em Mairiporã (SP).

Agora, a dor da perda se mistura à necessidade urgente de responsabilização e, sobretudo, de conscientização. Porque cada pedido de socorro precisa ser levado a sério antes que seja o último.