Ofereci abrigo a uma mulher sem-teto, mas, apenas dois dias depois, percebi que ela não era nada do que parecia. A verdade me chocou.

Quando Henry ofereceu abrigo a uma mulher sem-teto, ele não esperava muito, apenas um simples gesto de bondade. Dois dias depois, sua garagem estava transformada, e Dorothy não era nada do que parecia. À medida que seu trágico passado ia sendo revelado, Henry percebeu que a história não era apenas sobre salvá-la, mas sobre salvar ambos.
Nunca imaginei que acabaria dividindo minha casa com uma estranha, muito menos com alguém que encontrei encolhida sob uma lâmpada de rua piscando, no meio de uma chuva torrencial. Mas foi exatamente isso que aconteceu. Ofereci abrigo a uma mulher sem-teto. Chamo-me Henry. Tenho trinta anos e moro sozinho na casa da minha infância desde que minha mãe faleceu no ano passado. Meu pai nos abandonou quando eu era pequeno, então sempre fomos só eu e ela. Depois que ela se foi, a casa se tornou uma sala de eco. Muito silenciosa. Muito grande. Muito… vazia. Eu me mantinha ocupado com o trabalho, com minha namorada Sandra (embora ainda não morássemos juntos) e com a rotina diária. Eu precisava de algo mais. Algo que me lembrasse que ainda estou vivo. Então, numa noite chuvosa, eu a vi. Dorothy entrou na minha vida. Ela estava encolhida na calçada, sob uma lâmpada de rua quase apagada, molhada até a pele, imóvel. Parecia mais velha, talvez perto dos cinquenta ou sessenta anos, mas algo nela era diferente. Ela não estava pedindo esmolas. Não olhava desesperada ao redor. Ela só estava ali, como se fizesse parte da chuva. Eu deveria ter seguido em frente, mas não consegui. — Ei, por que não procura um abrigo? perguntei-lhe. Ela se virou para mim com um olhar calmo. Seu rosto estava marcado por rugas, mas seus olhos eram claros e inteligentes. Me lembraram minha mãe. Naquele momento, eu senti que deveria ajudá-la. — Estou cansada de abrigos, ela disse simplesmente. Não adianta, filho.