Perigo extremo: veja a rota do ciclone extratropical nas próximas 48 horas pelo Brasil

Nos últimos dias, um tema meteorológico voltou a ganhar espaço entre os principais portais de notícia e nas redes sociais: a formação de um ciclone extratropical entre o Paraguai, o nordeste da Argentina e o Rio Grande do Sul. O fenômeno, que começou a se intensificar na noite desta segunda-feira (8), veio acompanhado de uma frente fria que rapidamente se espalhou pelo Sul do Brasil, colocando várias regiões em estado de atenção. Para quem acompanha previsões do tempo, o alerta não soa incomum — dezembro tem registrado eventos intensos nos últimos anos — mas a classificação de “perigo extremo”, feita pela Climatempo, chamou atenção.
E não é por acaso. Segundo os meteorologistas, o ciclone deve provocar chuvas fortes, descargas elétricas e rajadas de vento que podem chegar a 120 km/h, especialmente no litoral e nas áreas serranas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Esse tipo de sistema costuma se formar quando há queda brusca de pressão atmosférica, situação que favorece a criação de nuvens de grande desenvolvimento vertical, como as cumulonimbus, associadas a temporais rápidos e intensos.
Ainda na madrugada de terça-feira (9), o centro do ciclone se desloca em direção ao oeste gaúcho, avançando ao longo do dia para a Grande Porto Alegre. A estimativa da Climatempo é que, já na manhã de quarta (10), o sistema alcance o litoral e comece a se afastar gradualmente para alto-mar, onde deve permanecer durante a quinta-feira. Embora sua atuação direta esteja concentrada na região Sul, áreas do Sudeste e do Centro-Oeste também poderão sentir seus efeitos indiretos, como instabilidade, variação brusca de temperatura e aumento na intensidade dos ventos.
O alerta emitido pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul reforça a preocupação. Entre os dias 9 e 10, estão previstos acumulados de até 120 mm de chuva em regiões como o Sul, a Costa Doce, a Campanha e trechos do Litoral Norte. A partir da noite de terça, as rajadas de vento podem oscilar entre 80 e 100 km/h, especialmente no litoral e em áreas de campo aberto. Há risco moderado para deslizamentos e alta chance de alagamentos ocasionados pelo grande volume de chuva em curto período.
Em Santa Catarina, a antecipação dos impactos levou o governo estadual a suspender as aulas na rede pública. A decisão foi tomada após a divulgação dos avisos laranja e vermelho pela Defesa Civil, que destacaram risco muito alto nas regiões litorâneas. Nos locais sob alerta vermelho, a suspensão foi ampliada também para os turnos da manhã e da tarde de terça. A medida busca garantir segurança, já que as primeiras precipitações mais expressivas devem ocorrer logo nas primeiras horas do dia.
No Paraná, a terça-feira deve ser marcada por temporais mais amplos. A frente fria associada ao ciclone tende a atravessar o estado com força, elevando o risco para acumulados superiores a 100 mm no Norte e no Leste. De acordo com Bianca de Angelo, meteorologista do Simepar, as rajadas de vento podem superar 70 km/h em alguns municípios.
Em São Paulo, a Defesa Civil também colocou o estado em alerta. Entre terça e quinta-feira, o ciclone poderá provocar chuvas volumosas, ventos muito intensos e possibilidade de queda de granizo. Ainda nesta segunda, algumas cidades já registravam pancadas isoladas, sinalizando a chegada de um período de instabilidade que exige atenção redobrada.
As autoridades reforçam a importância de acompanhar as atualizações diárias e seguir recomendações oficiais, especialmente para quem vive em áreas sujeitas a alagamentos, encostas ou regiões litorâneas.





