Relembre o caso do senhor Américo Sampaio, de 63 anos: ele morreu após ser atacado por quatro pitbulls

Uma rotina de trabalho terminou em tragédia em Minas do Leão, no Rio Grande do Sul. Américo Sampaio, de 63 anos, entregador de lenha, morreu após ser atacado por quatro cães da raça pitbull na propriedade de um cliente. O incidente aconteceu enquanto o homem realizava suas atividades profissionais e chocou a comunidade local pela violência e gravidade do ataque. Américo ficou hospitalizado por cinco dias, mas não resistiu aos ferimentos, deixando familiares e vizinhos consternados.
O ataque ocorreu quando Américo entrou na propriedade de uma idosa de 82 anos para entregar a lenha. Segundo relatos, a idosa havia solicitado que a lenha fosse deixada próxima à casa. No momento em que cumpria a tarefa, o entregador foi surpreendido pelos cães e sofreu uma série de mordidas em praticamente todo o corpo. A tentativa de defesa com mãos e pés, bem como a intervenção dos filhos da idosa com um cabo de vassoura, não foi suficiente para conter os animais.
Mesmo gravemente ferido, Américo foi levado consciente a Porto Alegre, onde recebeu atendimento hospitalar. Durante cinco dias, permaneceu em coma, mas infelizmente não resistiu. De acordo com a família, ele desenvolveu infecção generalizada e falência renal, complicações que contribuíram para seu falecimento. A sobrinha de Américo, Joice Souza, expressou o luto e a revolta diante da tragédia: “Um misto de sentimentos, de tristeza e revolta. Ele não faleceu por causas naturais. Ele foi morto. E a gente não consegue aceitar isso, porque ele era uma pessoa saudável”.
Para o irmão do entregador, Omero Sampaio de Souza, Américo será lembrado por sua dedicação ao trabalho e pela forte presença na comunidade. “Vai ser lembrado pelo trabalho que fazia… Minas do Leão era uma cidade pequena, todo mundo conhecia ele. Espero que não venha acontecer com outro o que aconteceu com o meu irmão”, disse Omero, ressaltando a preocupação com a segurança de outros moradores diante de animais potencialmente perigosos.
No dia do ataque, um dos cães precisou ser sacrificado durante a tentativa de socorro à vítima. Os outros três animais foram apreendidos com apoio da Brigada Militar e levados ao canil da Penitenciária Estadual de Charqueadas. A Polícia Civil havia solicitado a entrega voluntária dos cães, mas a tutora se recusou a colaborar, o que levou à intervenção judicial para garantir a apreensão dos animais.
O caso segue sob investigação. Novas testemunhas serão ouvidas para esclarecer as circunstâncias do ataque e avaliar eventuais responsabilidades criminais e civis. O inquérito será encaminhado ao Ministério Público, que deverá avaliar medidas legais adicionais, incluindo possíveis acusações de homicídio culposo ou omissão de cuidado por parte da tutora dos cães.
A tragédia em Minas do Leão levanta discussões sobre a segurança em propriedades privadas, a posse responsável de animais de grande porte e a prevenção de ataques. Especialistas alertam que cães de raças consideradas potencialmente perigosas exigem medidas rigorosas de contenção e supervisão, sobretudo quando há visitas ou trabalhadores externos na residência. Enquanto isso, a comunidade local se despede de Américo Sampaio, lembrando-o como um trabalhador dedicado, cuja vida foi interrompida de forma precoce e trágica, e reforça a necessidade de atenção e conscientização para que tragédias semelhantes sejam evitadas.