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Um desconhecido comum pediu a mão da filha cega. Ninguém imaginava quem ele realmente era! — interessante

Zajnab, desde que nasceu, nunca viu a luz — era cega, mas tinha um coração sensível e um mundo interior profundo.
Numa família onde a aparência tinha enorme importância, era-lhe difícil encontrar o seu lugar. As suas irmãs estavam sempre no centro das atenções, enquanto Zajnab crescia mais fechada, silenciosa.

A mãe morreu quando Zajnab tinha cinco anos, e desde então a casa ficou menos calorosa. O pai, consumido por preocupações, afastou-se da filha. Não sabia como lidar com uma criança com necessidades especiais e cada vez mais evitava o contacto com ela. Não era cruel — apenas não sabia como apoiá-la.

Quando Zajnab completou 21 anos, um viajante bateu à porta da sua casa. Chamava-se Jusza. Vestia-se de forma simples, falava com uma educação incomum. Disse que tinha ouvido falar de Zajnab e queria conhecê-la melhor. Não se assustou com as limitações dela — pelo contrário, ficou encantado com a sua voz, a sua calma e a clareza dos seus pensamentos.

O pai hesitou no início, mas vendo a sinceridade de Jusza, concordou com o encontro. Algumas semanas depois, Jusza pediu a mão de Zajnab. A jovem também estava curiosa para saber quem era aquele homem — e embora tudo tenha acontecido depressa, sentia-se tranquila ao lado dele.

O casamento foi simples, quase íntimo. Embora Zajnab não visse o rosto dele, sentia a bondade na sua voz e nos seus gestos.

Depois do casamento, mudaram-se para uma pequena casa na beira da aldeia. A casa era modesta, mas Jusza cuidava dela — e dela — com carinho. Descrevia-lhe o nascer do sol, contava-lhe sobre o canto dos pássaros, preparava chá perfumado e lia-lhe em voz alta todas as noites.

Ao lado dele, sentia-se necessária, ouvida, importante. Pela primeira vez na vida, Zajnab sentiu-se amada apenas por ser quem era.

Um dia, perguntou-lhe:

— Jusza, quem eras tu antes de vires até nós?

Ele ficou em silêncio e depois respondeu suavemente:

— Um dia eu te conto. O mais importante agora é que estamos juntos.

Ela não insistiu. O seu amor não dependia do passado dele.

Mas um dia, quando foi ao mercado buscar legumes, encontrou por acaso uma velha conhecida, que disse algo que não saiu da cabeça de Zajnab:

— Tu sabes quem ele é de verdade?

Ao voltar para casa, calmamente, mas com firmeza, perguntou a Jusza:

— Por favor, diz-me a verdade. Não estou zangada, só quero saber.

Jusza sentou-se ao lado dela, pegou na sua mão e disse:

— Queria que me conhecesses como sou — sem títulos, sem brilho exterior. Sou filho de um emir. Deixei o palácio, disfarçado de homem comum, para encontrar alguém que amasse o meu coração, não a minha posição. E encontrei-te a ti.

Zajnab ficou em silêncio. Dentro dela crescia uma onda de sentimentos: surpresa, alegria, incredulidade.

— Por que escolheste logo a mim? — perguntou.

— Porque tu vês mais do que aqueles que enxergam com os olhos. Viste em mim um homem. E então percebi que tinha encontrado a minha alma gémea.

Dias depois, uma carruagem real parou à porta deles. Jusza levou-a ao palácio, segurando-lhe firme a mão. A mãe dele, a rainha, recebeu Zajnab surpresa, mas ao ver como o filho olhava para a esposa, sorriu:

— Se ele te escolheu, é porque és digna. Bem-vinda à família.

No palácio tudo era diferente — movimentado, luxuoso, estranho. Mas Jusza não se afastou de Zajnab nem por um instante. Declarou diante do conselho:

— Enquanto a minha esposa não for respeitada — não aceitarei a coroa.

Fez-se silêncio. E nesse silêncio Zajnab entendeu: a sua vida tinha mudado. Já não era quem costumavam pensar que fosse. Era uma mulher amada. Tornara-se princesa, não por título, mas por amor.

Sabia agora que o verdadeiro valor não está na aparência, mas na bondade, no respeito e na sinceridade. E que toda pessoa merece ser amada — independentemente de como vê o mundo.