Um sonho interrompido em segundos. Uma arena que, horas antes, celebrava vitórias, tornou-se palco de uma tragédia que comoveu o país. O peão José Thaysson Medeiros da Silva, de apenas 20 anos, perdeu a vida de forma brutal na noite de sábado (5), durante uma apresentação na tradicional ExpoUbiratã, em Nova Ubiratã, no Mato Grosso.
Eram cerca de 23h quando o destino deu seu golpe mais cruel.
Durante a prova de montaria, o jovem — conhecido por sua bravura e talento em cima do touro — caiu após um giro violento do animal. O que aconteceu em seguida é chocante: Thaysson, ainda no chão da arena, foi pisoteado na cabeça com violência, sem tempo para reagir ou escapar.
O vídeo do momento, registrado por espectadores e amplamente compartilhado nas redes sociais, mostra a queda repentina, a tentativa de recuperação… e o instante em que tudo se cala. A multidão grita, os salva-vidas correm — mas já era tarde demais. Thaysson não resistiu e morreu ainda no local.
Um guerreiro da arena
Thaysson não era um novato. Apaixonado por rodeios, bicampeão em arenas do interior, ele respirava montaria. Seu perfil nas redes sociais é um verdadeiro diário de treinos, conquistas e amor pelos animais e pela vida no campo.
Em junho, celebrava mais uma vitória com um sorriso largo, sem imaginar que a próxima arena marcaria seu último dia. Ele morreu a poucas horas de completar 21 anos.
A comoção foi imediata. A Arena Dream Team, organizadora do evento, publicou uma nota que emocionou os fãs do peão:
“O Dream Team perdeu mais que um competidor. Perdemos um amigo, um irmão de arena.”
A morte de Thaysson reacende um debate urgente: quais os limites entre o espetáculo e o risco? Até onde vale a pena manter tradições sem garantir a vida de quem as honra com sangue e suor?
O silêncio depois do estouro
O rodeio é, para muitos, cultura, paixão e profissão. Mas também é um campo de batalha silencioso, onde a linha entre o aplauso e o luto é tênue. A arena que ontem vibrou com Thaysson hoje chora por ele.
Ele sonhava com o topo do pódio, mas foi aplaudido pela última vez no chão da arena.
Que a coragem de José Thaysson jamais seja esquecida. E que sua morte não seja apenas mais uma estatística — mas um grito por mais segurança, mais humanidade, mais cuidado com aqueles que fazem da arena um espetáculo de vida… ou de morte.