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VÍDEO: comunidade do Rio amanhece com mais de 50 corpos enfileirados nas ruas

Operação no Rio gerou um verdadeiro caos para os moradores da cidade

O Rio de Janeiro amanheceu nesta quarta, dia 29 de outubro, em meio ao caos e à perplexidade após a megaoperação policial mais letal da história do estado.

O dia seguinte à ação, que mirou o Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão, foi marcado por cenas de desespero: moradores levaram dezenas de corpos até a Praça São Lucas, na Penha, em um esforço coletivo para facilitar o reconhecimento das vítimas.

O trânsito travou, escolas fecharam e a cidade parou diante de uma imagem que escancarou a dimensão do confronto. De acordo com o governo fluminense, a operação deixou oficialmente 64 mortos, incluindo quatro policiais, dois civis e dois militares, e resultou em mais de 80 prisões.

No entanto, moradores relatam que o número real de mortos pode ser bem maior. Pelo menos 55 corpos foram transportados da área de mata conhecida como Vacaria, na Serra da Misericórdia, até a praça. Veja vídeo:

Ativistas que participaram da remoção afirmam que há mais vítimas espalhadas pelo morro. “Em 36 anos de favela, eu nunca vi nada parecido”, relatou o comunicador e ativista Raull Santiago.

ISSO FOI UMA CHACINA NO RIO DE JANEIRO, NUNCA UMA OPERAÇÃO. Ao menos mais 50 corpos encontrados. CLÁUDIO CASTRO CRIMINOSO

🎥 reprodução RaullSantiago pic.twitter.com/TnRk2DMEUU

— Jeje ✨ (@jejezaum) October 29, 2025

As cenas registradas por moradores e jornalistas independentes impressionaram o país. Corpos foram enfileirados sobre lonas, caminhonetes transportaram vítimas em meio a ruas esburacadas, e o silêncio tenso das comunidades contrastava com o som distante dos helicópteros ainda sobrevoando a região.

Massacre no Rio. Hoje a cidade amanhece com mais de 50 corpos trazidos pelos moradores de regiões de mata na Penha.

Tem mais gente lá. pic.twitter.com/L7oVX2sesA

— Jorge (@JorgeChave19897) October 29, 2025

O Instituto Médico-Legal (IML) e o Detran do Rio montaram uma força-tarefa para o reconhecimento das vítimas, enquanto o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União exigem explicações do governo estadual sobre os métodos empregados na operação, batizada de Operação Contenção.

A ofensiva, que apreendeu 93 fuzis e uma grande quantidade de drogas, reacendeu o debate sobre o uso da força nas comunidades e a ausência de coordenação entre os governos estadual e federal.

Foto do autor

Publicado em: 29 de outubro de 2025