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Policial e empresária morrem dentro de banheiro de hotel após ingerir bebida alcoólica

A investigação sobre a morte do policial militar Jeferson Luiz Sagaz, de 37 anos, e da empresária Ana Carolina Silva, de 32, chegou a uma conclusão nesta semana e trouxe novos detalhes sobre o caso que chocou Santa Catarina em agosto deste ano. O inquérito aponta que o casal consumiu bebidas alcoólicas e drogas antes de entrar na banheira de um motel às margens da BR-101, no bairro Roçado, em São José. A combinação da ingestão das substâncias com o calor da água quente teria provocado o desmaio dos dois, resultando em um quadro fatal de afogamento. O caso, cercado de dúvidas desde o início, será apresentado oficialmente pela Polícia Civil em coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (1º), em Florianópolis.

As circunstâncias em que os corpos foram encontrados levantaram inúmeras hipóteses ao longo das últimas semanas, incluindo suspeitas de crime, overdose e até envolvimento de terceiros. No entanto, os laudos periciais, exames toxicológicos e a análise das imagens das câmeras de segurança do estabelecimento reforçaram a linha inicial da investigação: morte acidental. A apuração detalhou que não havia sinais de violência física nos corpos, tampouco indícios de luta no quarto. Além disso, o carro em que o casal chegou ao local e os pertences recolhidos no ambiente foram submetidos a perícia, mas não apresentaram elementos que apontassem para crime.

A noite do casal parecia comum até as últimas horas de vida. Segundo a investigação, Jeferson e Ana Carolina passaram o dia celebrando o aniversário da filha de quatro anos em um food park da região. Mais tarde, seguiram para um bar, onde permaneceram até pouco antes da meia-noite. Eles foram vistos pela última vez por volta das 23h30, quando decidiram seguir para o motel. No dia seguinte, a família estranhou o desaparecimento, já que os dois deveriam buscar a filha, que estava com a irmã de Jeferson. O não comparecimento desencadeou a busca, culminando na descoberta dos corpos na noite de 11 de agosto.

A Polícia Civil destacou que, apesar do impacto emocional do caso, a condução da investigação seguiu protocolos técnicos para afastar qualquer possibilidade de interpretação precipitada. O delegado responsável ressaltou que a combinação de álcool e drogas foi determinante para o estado de inconsciência do casal, agravado pela imersão na água quente. O calor da banheira teria acelerado o processo de desmaio, impossibilitando a reação dos dois. O inquérito, segundo ele, reúne provas suficientes para confirmar que não houve participação de terceiros.

Quem eram as vítimas ajuda a entender o peso que a tragédia teve na comunidade local. Ana Carolina era dona de uma esmalteria bastante conhecida em Florianópolis e era descrita por amigos como uma mulher empreendedora e dedicada à família. Já Jeferson, policial militar, trabalhava na Academia de Polícia Militar da Trindade e era reconhecido pelo compromisso com a formação de novos agentes de segurança. O casal, além da filha pequena, mantinha uma rotina que equilibrava vida profissional intensa com momentos em família. O fim trágico deixou um vazio entre colegas de trabalho, amigos e familiares, que ainda tentam compreender a perda.

A repercussão do caso foi imediata desde o momento em que o desaparecimento foi noticiado. A sociedade acompanhou com expectativa cada nova atualização da investigação, enquanto a imprensa local cobria os desdobramentos. A morte de um policial militar e de uma empresária conhecida mobilizou debates sobre o uso de drogas, o impacto do consumo excessivo de álcool e a negligência com situações de risco. Para especialistas, o episódio também evidencia a necessidade de campanhas de conscientização sobre os perigos da mistura de substâncias e ambientes que podem agravar reações fisiológicas, como banheiras de hidromassagem e saunas.

O inquérito que será apresentado nesta quarta-feira deve encerrar oficialmente as especulações e oferecer uma resposta definitiva às famílias das vítimas. Ainda assim, o caso permanece como um alerta sobre como situações aparentemente comuns podem se transformar em tragédias irreversíveis. Entre a dor da perda e a busca por explicações, a história de Jeferson e Ana Carolina marca a memória coletiva de Florianópolis, lembrando que a vida, por mais planejada que seja, pode ser interrompida em instantes por escolhas e circunstâncias que se encontram no momento errado.